O poder das comunidades, do autocuidado e dos eixos sociais. Com esses pilares, o Sebrae e o Digoreste reforçaram, na noite desta quarta-feira (29), o protagonismo da mulher como empreendedora no mercado de inovação. Os pilares foram apresentados durante o ciclo de palestras “Inspira Talks Mês da Mulher”, ocorrido no SebraeLab, e desenvolvido pela Gerência de Desenvolvimento Territorial do Sebrae/MT em parceria com a Digoreste Startups.
Na abertura, a superintendente do Sebrae/MT, Lélia Brun, ressaltou o trabalho que a instituição tem promovido de valorização e incentivo à liderança feminina nos negócios. “Estamos retomando projetos voltados para esse público, com o objetivo de acolher essas mulheres líderes de negócios, para que elas possam alcançar os resultados almejados. Não estamos aqui para construir uma disputa entre homens e mulheres, e sim valorizar o poder de cada um no cenário econômico, construindo um ambiente melhor de negócios”, frisou.
Para construir este cenário que a superintendente trouxe como objetivo, a especialista em comunidades de startups, Isadora Azzalin, apresentou um panorama no ecossistema de inovação. Azzalin mostrou números que validam a possibilidade de crescimento feminino neste mercado.
“Isso já é uma realidade – e os dados comprovam. Sessenta e três por cento das empresas fundadas por mulheres têm
melhor desempenho; nas lideradas por mulheres, 35%. Quando o assunto é investimento, a cada dólar, o retorno é de 0,78 centavos nas empresas com mulheres à frente; a com homens, isso fica em 0,31 centavos”, citou.
Na outra ponta, Isadora lembrou dos desafios a serem vencidos ainda. Ela destacou a questão dos vieses que a sociedade carrega e que podem dificultar o desempenho da mulher neste mercado.
“Infelizmente, os números também mostram que 60% dos empreendedores homens recebem mais investimentos do que as mulheres. Alguns dos fatores para isso são medidos por características de nascimento, como serem mais ligados aos fatos e lógica, persuasivos, que dão a eles um poder de competitividade, quanto as mulheres, já são consideradas mais agregadoras, conservadoras, mitigadoras de riscos”, acrescentou.
Na luta para desmistificar esses vieses, a psicóloga clínica e organizacional, Laís Rodrigues, dialogou com os presentes sobre o poder do autoconhecimento. “Autoconhecimento é um dos fatores chaves para desenvolver os potenciais. E precisamos compreender e descobrir os nossos, e não alicerçamos eles nos dos outros. É isso que traz o protagonismo e nos ensina a lutar não por ter voz, e sim por ter espaço”, alertou.
Fechando o bate-papo, a cineasta documentarista, Jade Rainho,
contou sobre trajetória profissional a partir do tema “A força do propósito e o protagonismo das mulheres na economia criativa”. ” Para me encontrar, eu precisei me conhecer. Os incômodos de prestar serviços para marcas que não iam agregar nos pilares sociais, me fizeram despertar para o trabalho que desenvolvo hoje e que levou, por exemplo, a história de mulheres indígenas para o mundo. Reflorestar mentes para curar a terra. Essa é a mensagem que deixo para vocês, mulheres”, pontuou.
Buscando empreendimentos de inovação na área da saúde, a médica Fanavya de Castro participou do encontro e disse que este possibilita a ampliação da rede de apoio. “É um braço de apoio muito importante, principalmente após esse momento de crise dos últimos dois anos. Precisamos buscar e estar em contato com pessoas que já vivem os nossos objetivos, isso soma ao processo de planejamento de cada um. O Sebrae, em parceria com a Digoreste, tem sido essenciais para esse novo momento na minha vida profissional”, finalizou.