Projeto preserva floresta e leva a castanha
Sai de uma área conservada da Floresta Amazônica em Mato Grosso a castanha saudável e orgânica que vem abrindo espaço no exigente mercado gastronômico norte-americano. Produzida na região de Juína, extremo noroeste do Estado, a castanha do Brasil, comercializada pelo projeto Floresta em Pé, chegou longe e já avançou as fronteiras nacionais, desembarcando nos Estados Unidos.
Quem compra a iguaria mato-grossense recebe em casa um produto ‘premium’, 100% orgânico, resultado de um processo sustentável e artesanal de ponta a ponta. Um prato cheio para a crescente demanda global por produtos naturais e altamente nutritivos, capazes de substituir muitas vezes proteínas animais como a carne bovina nas refeições.
A castanha de Juína está, desde o início de 2021, na plataforma da gigante Amazon para facilitar as vendas na potência da América do Norte. “Conseguimos nos organizar estruturalmente, por meio de um processo de certificações, fizemos esforços e hoje temos uma filial em Miami (EUA)”, destaca Diego Pamplona, o idealizador do projeto, que teve o seu start há apenas 5 anos.
Diego decidiu buscar novos ares, em busca de um propósito consciente, apostando na sustentabilidade, na inovação e na tecnologia. Desde o início priorizou a tecnologia e imprimiu uma visão macro, aliando conceitos avançados de eficiência econômica à responsabilidade social e ambiental. E a experiência já está gerando resultados animadores, uma vez que o índice de recompra das castanhas brasileiras nos EUA tem sido de 20%. Ao longo deste curto período de 120 dias de atuação no exterior, o Floresta em Pé já obteve 4,6 estrelas em avaliações positivas no espaço virtual da Amazon.
Certificado Higiênico Sanitário (CHS)
O foco inicial foi a região de Guariba, um distrito localizado a 500km de Juína, em plena Floresta Amazônica. Ali, Diego e os sócios Eugênio e Eliseu, enxergaram a possibilidade de desenvolver um extrativismo responsável, respeitando as peculiaridades da floresta e também as comunidades locais. E foram além: perceberam que o envolvimento de povos ribeirinhos e indígenas era não apenas possível, mas uma necessidade.
“Nosso foco é fomentar uma economia verde, mudando o mindset local, onde somente com o desmatamento se obtém uma economia… promover e fomentar a extração de forma sustentável ajuda a enxergar novos negócios e com isso manter a floresta em pé”.
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A empresa trabalha com o arrendamento de áreas onde são coletadas as castanheiras. São nos dias atuais, três florestas com 10,2 mil hectares e com mais 3.865 castanheiras produtivas.
Cada árvore é catalogada e recebe um código onde podem ser rastreadas. Com um inovador sistema de rastreabilidade, conseguem mapear todo o percurso das castanhas desde a árvore até o caminho percorrido para chegar à mesa do consumidor.
A geolocalização por QRCODE está presente nas 15mil mudas de castanheira, açaí e outras espécies nativas que são plantadas em áreas degradadas, contemplando uma parte importante da ação de sustentabilidade da empresa. Em breve, o cacau que está se desenvolvendo nos viveiros, também estará crescendo floresta adentro.
O Sebrae foi ponto de apoio do projeto Floresta em Pé em seu processo de expansão da marca e a busca por outros mercados. Diego Pamplona lembra que era necessário promover uma guinada no planejamento de marketing. Em razão disso, recorreu ao Sebraetec, onde recebeu orientações sobre e-commerce e marketingplace, tendo o varejo como foco.