Centro Sebrae de Sustentabilidade dá passo adiante para ser incubador de soluções para as exigências geradas pelas novas economias
Imagine uma célula central que produz constantemente novas matérias e se interliga com uma extensa rede composta por outras células, compartilhando com elas, em tempo real, o seu conteúdo? O Centro Sebrae de Sustentabilidade é este organismo vivo que vem assumindo a função de uma célula produtora e conectora de conhecimento e inovação. E conta com ‘neurônios’ incumbidos de receber, processar e retransmitir uma gama extensa de soluções. Agir como um grande hub é o propósito da instituição para o presente e o futuro. Especialmente para adequar a realidade dos pequenos negócios à economia circular, regenerativa e a todas as novas configurações econômicas, permeadas pela sustentabilidade.
“A missão do Centro Sebrae de Sustentabilidade é o de se estruturar como um hub de inovação, um facilitador para o surgimento de negócios que ainda não existem, mas que dialogam com problemas reais, voltado a resolver questões ambientais e sociais complexas”, define a gerente da instituição, Helen Camargo.
Ela explica que a estratégia institucional do Centro Sebrae para este novo ciclo é propiciar a criação de novos negócios atrelados às economias do futuro e fornecer respostas aos desafios socioambientais que o mundo impõe. “E quem vai dar essas soluções são vários atores da sociedade, entre elas o pequeno negócio. Auxiliá-lo a introduzir tecnologia e inovação a favor de uma economia mais regenerativa, mais inclusiva, mais circular, mais sistêmica”, acrescenta Helen.
Neste ambiente de inteligência coletiva, que une múltiplos saberes, a instituição é capaz de fazer o papel de ‘curadora’ dos conhecimentos gerados ali. A ideia de comunidade é reforçada, uma vez que empresas de diferentes perfis podem apresentar soluções distintas para variados tipos de demandas ou problemas. E o pequeno negócio se torna protagonista desta jornada inovadora, potencializando este processo de ‘cocriação’, que é capilarizado pela rede de parceiros, interlocutores e instituições.
“Emerge a necessidade de o Centro Sebrae de Sustentabilidade ser mais ativo e presente nessa parte de inovação voltada para surgimento das empresas, porque temos recebido bastante provocações dos clientes sobre isso. Nossa ideia é ser um pilar estratégico, ambiente seguro para que as startups saiam do papel e venham a solucionar nossos problemas ambientais em relação às situações que temos vivido”, afirma Sara Espírito Santo de Paula, analista técnica da Gerência de Negócios Sustentáveis do Sebrae-MT.
A meta é que a ‘célula’ faça a conexão entre necessidade e soluções de sustentabilidade, gerando resultados não só para os pequenos negócios, mas para o ambiente onde eles estão inseridos.
Nova mentalidade
A pandemia gerou reflexões e propiciou resinificar algumas questões em relação ao consumo. Com a mudança rápida de mentalidade por parte dos compradores de produtos e serviços, fortaleceu-se a necessidade de colaboração, de aperfeiçoar a rede de relacionamento com clientes, fornecedores e parceiros das empresas. Helen enfatiza que a pandemia consolidou a figura da ‘empresa ativista’, que enxerga a comunidade em que está inserida com potencial de consumo, mas também merecedora de ações mais amplas e que envolvam a responsabilidade social.
“Além da venda, da qualidade dos serviços, do produto que elas oferecem, o comportamento consumidor também mudou. A pandemia causou uma dor, mas uma dor que fez a sociedade refletir sobre a qualidade de vida, espírito de pertencimento no planeta, a rever papeis, competências e responsabilidades compartilhadas com relação à questão ambiental, social, que foram desnudadas de uma forma que não dava mais pra ignorar, como a questão de fome e da desigualdade”.