Em meio a uma área de preservação do Cerrado, o Centro de Eventos do Pantanal (CEP) traça um novo capítulo de sustentabilidade e inovação energética ao completar seus 23 anos de história. Com uma capacidade de produção de cerca de 75 mil quilowatts-hora por mês, a usina fotovoltaica inaugurada nesta quarta-feira (30.08) é um marco significativo no avanço das energias renováveis no setor de eventos, sendo a maior do ramo de eventos no Centro-Oeste.
O empreendimento, que faz parte do Serviço de Apoio às Micros e Pequenas Empresas em Mato Grosso (Sebrae/MT), possui 972 módulos de silício monocristalino posicionados em uma área de 5,8 mil metros quadrados dentro do CEP. Toda a energia gerada deve atender além do complexo de eventos e mais quatro unidades do Sebrae/MT. Mensalmente, o empreendimento terá uma economia estimada em R$ 75 mil por mês.
A ecoeficiência dessa usina vai além da produção de eletricidade, contribuindo diretamente aos objetivos de desenvolvimento sustentável do Sebrae Mato Grosso em reduzir a emissão de carbono, conforme lembra o presidente do Conselho Deliberativo Estadual (CDE) do Sebrae/MT, Jonas Alves.
“A redução de nossa pegada de carbono é uma prioridade e essa instalação de energia solar contribuirá significativamente para esse objetivo. Mais do que uma mera adesão a tendências, temos um compromisso profundo com a sustentabilidade, que se estende além de nossos limites e influencia nossos clientes, parceiros e a comunidade como um todo”, disse o presidente do CDE.
Lucas Costa, um dos engenheiros responsáveis pelo projeto da usina, ressalta que mesmo sendo um modelo tradicional, a usina solar do CEP possui elementos de sustentabilidade e tecnologia que são exemplos na redução do impacto ambiental.
“Existe um sistema especial abaixo da brita: uma manta capaz de absorver a água e prevenir o surgimento de pragas, o que resulta em uma manutenção mais simplificada. Também foi adotado um sistema de alojamento para os inversores feitos de alvenaria tradicional, porém climatizado. Esta medida, especialmente relevante em nossa região de clima quente, aumenta significativamente a vida útil dos inversores”, explica o engenheiro.
Vitrine de valores
O gerente do CEP, Charles Padilha, destaca a implantação da usina fotovoltaica como um exemplo a ser seguido e de inspiração para empresas e instituições que buscam maneiras de gerar impacto positivo no meio ambiente e para a sociedade em geral.
“Queremos inspirar outras instituições e empresas, inclusive aquelas dentro do mesmo segmento, a também abraçarem práticas energéticas mais sustentáveis. Esta usina representa muito mais do que uma instalação física, é uma vitrine de valores. Além disso, a usina funciona como uma ferramenta educacional. Não devemos esquecer que mais de 300 mil pessoas passam por aqui anualmente. Essa usina oferece uma chance única para visitas técnicas que permitem não apenas o conhecimento, mas também a demonstração do nosso compromisso com a sustentabilidade”, afirma Charles que há 12 anos gerencia o espaço.
Consumo consciente
Parte de um investimento de R$ 3,6 milhões, a usina de energia solar do CEP consolida as ações de preservação do meio ambiente, com a redução do consumo de recursos como a água e a geração energética, integrando as práticas sustentáveis em conformidade com os objetivos do Sebrae em Mato Grosso que é referência nacional em sustentabilidade, por gerir o Centro Sebrae de Sustentabilidade (CSS).
A analista técnica do CSS, Marina Lima, destaca que a transição do Centro de Eventos do Pantanal, que é referência no setor de eventos, reforça a eficiência energética do prédio e a abordagem consciente.
“A usina solar transforma o CEP em um gerador de energia, mas é importante entender que a geração de energia não deve ser sinônimo de consumo excessivo. A mentalidade de consumo consciente de energia deve permanecer. A transição para a energia solar não é um destino final, mas sim um passo inicial em direção à sustentabilidade”, afirma Lima.