O potencial e o desenvolvimento da piscicultura na região do Vale do Guaporé em Mato Grosso reuniu cerca de 120 pequenos empresários no primeiro encontro do setor, no último sábado (03.02), em Cáceres. O evento, organizado pelo Sebrae/MT (Serviço de Apoio às Micros e Pequenas Empresas em Mato Grosso), conectou produtores e empresários da indústria com objetivo de estruturar e fomentar o cultivo de peixes na região.
A região, composta por sete municípios mato-grossenses (Pontes e Lacerda, Comodoro, Vila bela, Vale de São Domingos, Nova Lacerda, Conquista D’oeste e Campo Novo dos Parecis), tem vocação para se tornar a maior produtora de peixes nativos do Estado.
Conforme o analista Técnico do Sebrae/MT e gestor do encontro em Cáceres, Douglas Lindote, a organização da cadeia é o primeiro passo a ser dado no território.
“Hoje, o setor precisa se organizar e se estruturar, pois há queixas de produtor que diz não saber para quem vender, da indústria que quer comprar, porém, não encontra produtos adequados na quantidade que precisa. A ideia é dar suporte e ajudar a organizar esta cadeia”, pontua Douglas.
Além de contribuir para a estruturação do setor, a regional do Sebrae em Cáceres também realiza consultorias com 50 produtores da região.
“Trabalhamos em 50 diagnósticos a partir de visitas e orientações. Também temos, em nossos objetivos, conectar produtores e indústria da região, para permitir o alinhamento entre a oferta e demanda, melhorar o fluxo de vendas e a economia local”, pontuou o analista técnico.
“Diamante bruto”
As boas condições hídricas e características naturais da região do Vale do Guaporé, em Mato Grosso, criam o cenário ideal para o desenvolvimento da piscicultura.
“Existe de fato um potencial climático e topográfico que é específico da região. A qualidade da água é excepcional, por ser mais equilibrada, com muita disponibilidade de água. Porém, é uma região que precisa ser desenvolvida. Por isso, esse passo que o Sebrae/MT deu foi importante, pois a piscicultura do estado precisa ser alavancada”, avaliou Darci Carlos Fornari, presidente da Associação dos Aquicultores do Estado de Mato Grosso (Aquamat).
Com uma cadeia produtiva formada, majoritariamente, por pequenos produtores, Darci Fornari ressalta que a produção em escala depende da formação de associações.
“O modelo a ser adotado é o de cooperativismo, os piscicultores precisam se organizar, para que eles consigam comprar insumos como ração em volume e mais barato. Também precisamos de políticas públicas para nos auxiliar nesse início de produção”, finalizou.