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Sebrae/MT leva palestra sobre Cora Coralina no Liceu Cuiabano e anima estudantes

Rubio Tahan, neto da escritora, contou aos jovens como sua avó inspirou milhares de mulheres ao longo da vida
Por Assessoria de Imprensa do Sebrae/MT
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Com entusiasmo, 400 alunos do ensino médio da Escola Estadual Liceu Cuiabano – Maria de Arruda Müller receberam na última sexta-feira (30) a palestra de Rubio Tahan, neto da renomada escritora e poetisa goiana Cora Coralina, realizado pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Mato Grosso (Sebrae/MT), contando sobre a influência da avó na literatura brasileira e também para o empreendedorismo feminino.

O palestrante contou animado aos jovens de como ela foi corajosa ao enfrentar todos os percalços da vida e que os homens em geral, daquela época, colocavam no seu caminho, porém, algo que não foi uma barreira para ela, mas sim um ponto que mostrava a necessidade de continuar colaborando com as futuras mulheres empreendedoras do país.

“Foi uma mulher empreendedora que deixou marca em todas as cidades por onde ela passou no seu percurso na vida, ajudando a entender situações femininas que o homem normalmente não vê: a força das mulheres”, contou ele.

Ainda pontuou que Cora nunca desistiu de lutar pelo que queria e alcançou o desejo de deixar uma marca entre as mulheres, principalmente nos dias de hoje. Mariana Santos, estudante do 3º ano do Liceu, disse que conhecia a poeta apenas pelo nome, mas com a palestra passou a entender qual era a realidade da autora e também qual a relevância para o empreendedorismo feminino.

“Foi uma mulher à frente do seu tempo e enfrentou os estigmas daquela época. Eu conhecia pelo nome, mas nunca me aprofundei na história, mas agora eu realmente vejo que ela é realmente uma poetisa e eu fiquei curiosa para ver os poemas dela”, disse a estudante.

Ainda falou que palestras como essas que aconteceram são importantes para poder reconhecer escritores brasileiros e ver que existem mulheres nas poesias, onde no passado era realizada uma cultura do apagamento e hoje em dia esse estigma está sendo quebrado, graças a escritores como Coralina.

Rafael Branco da Silveira, Coordenador Pedagógico na Escola Liceu Cuiabano, acrescentou que o evento foi de “grandíssima importância”, e ainda citou outro autor, Antônio Cândido, para dizer que a literatura é um direito de cada cidadão e que fomentar esse tipo de atividade voltada para a área, onde se evidência Cora Coralina, uma das maiores poetisas do Brasil, é de grande notoriedade para a formação dos estudantes.

“Eles foram completamente privilegiados. Inclusive, foi a única escola que participou do projeto e ter essa proximidade assim, com a poesia, com a vida, a biografia da Cora Coralina, nossa, isso para o aluno que está se formando auxilia demais”, disse o coordenador pedagógico.

Rubio Tahan ainda disse que o termo empreendedorismo feminino é algo recente, que na época de Cora isso não existia, por isso, se tornava ainda mais difícil as mulheres terem seu espaço para empreender, mas com pessoas como a poeta, o caminho ficou mais fácil e as portas foram sendo abertas.

“Ela não era definida como empreendedora, ela é definida como uma mulher de coragem, que ia atrás dos objetivos dela. Não existia essa palavra empreendedorismo. Ninguém falava isso e ela, desafiando preconceitos masculinos de uma época em que a mulher era totalmente deixada de lado, conseguiu vencer e se sobressair”, contou Tahan.

Quem foi Cora Coralina
Cora Coralina (1889-1985) foi uma destacada poetisa e contista brasileira, cuja obra só foi publicada quando ela já tinha 75 anos, mas que rapidamente a tornou uma das vozes femininas mais importantes da literatura nacional.

Nascida Ana Lins dos Guimarães Peixoto em Goiás, no Estado de Goiás, no dia 20 de agosto de 1889, Cora Coralina era filha de Francisco de Paula Lins dos Guimarães Peixoto, desembargador nomeado por Dom Pedro II, e Jacinta Luísa do Couto Brandão. Apesar de ter cursado apenas até a terceira série do ensino primário, sua paixão pela literatura e sua experiência de vida rica em vivências regionais contribuíram significativamente para sua trajetória literária.