Todo negócio surge de uma ideia e nada mais importante do que fazer parte do processo de maturação para tirá-lo da cabeça e colocar em ação. O Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Mato Grosso (Sebrae/MT) com foco em apoiar o desenvolvimento sustentável de novos empreendedores, reuniu 20 iniciativas do programa ‘Inova Amazônia’ para incentivar a prática dos projetos que estão na fase de ideação no setor de bioeconomia.
Após diversos encontros online, o Sebrae/MT integrou o grupo com participantes de Alta Floresta, Barra do Garças, Cáceres, Juína e Cuiabá no auditório do Centro Sebrae de Sustentabilidade (CSS) para um encontro presencial dos principais produtos e soluções que tratam a bioeconomia, como uma fonte produtiva e de impacto.
Dentro do programa são realizadas capacitações, mentorias individuais e atividades para que os integrantes possam colocar em prática e dar andamento ao seu projeto que precisa partir da preservação, conservação ou utilização sustentável de recursos naturais da Amazônia Legal.
“O objetivo é fazer com que as ideias de negócio voltadas à temática da bioeconomia saiam do papel e que o participante, de fato, abra a empresa ou startup, busque um investidor para que ele consiga ter sucesso com essa ideia”, explica Lucas Barbosa Moreira, gerente da agência de Alta Floresta, responsável pelo programa no estado.
O assistente Técnico da agência do Sebrae/MT, em Alta Floresta, Wislley Batista, ressalta a importância do ‘Inova Amazônia’ para o desenvolvimento do empreendedorismo sustentável. “Essa proposta de reunir os participantes já é um sucesso porque temos iniciativas já consolidadas, ideias que têm muito potencial para seguir em frente e capital de investimento. Estimular negócios diferenciados, sustentáveis, com a geração de valor para startups que estão começando é uma contribuição significativa que o Sebrae/MT está dando para a sociedade e para os pequenos negócios”, afirma Wislley.
Conexões que transformam
A cuiabana Cristiana de Vasconcelos Lopes, CEO da Bakité – Fermentando Biomas – disse que se encontrou no ‘Inova Amazônia’ após ter integrado a roda de conversa onde contou sobre a criação de 48 cervejas artesanais vindo de um livro de receitas de família e a importância de reconhecer a origem e o bioma em que vive para transformar.
“Estou bastante feliz e com expectativas de criar conexões. Eu trabalho em uma ideia de ecossistema, então eu quero fazer um inventário sobre madeiras, frutas do cerrado, da floresta amazônica e do Pantanal para criar novos produtos. Com o ‘Inova Amazônia’ eu posso conseguir conexões que me fortaleçam a produção”, afirmou a mestre cervejeira e cachaceira, que também atua na formação e suporte de mulheres em técnicas e tecnologias ancestrais para que elas criem cervejas com frutos da estação e tenham renda própria.
De Juína, a bióloga e agrônoma Edilara Sousa conta que o encontro proporcionou novas ideias e possibilidades para atuar nas soluções de sua empresa de agroecologia, realizada na Chácara Aricá, no qual trabalha com compostagem e consultorias. “O ‘Inova Amazônia’ me acelerou e oportunizou a mudar a forma que eu vou trabalhar. É muito potente a força da bioeconomia e pelo programa encontramos uma rede que oferece possibilidades de formar parcerias que fazem sentido com o nosso trabalho na região em que vivemos. O ‘Inova’ é traz muito força para acelerar e concretizar tudo aquilo que eu já tinha em mente’, diz Edilara.
Expondo tecidos de cambraia pintados artesanalmente com tintas extraídas da flora cacerense, a artesã Ana Paula Piveta diz que aproveitou o encontro para fazer sua experiência com o consumidor. “Faço produtos souvenires que mostram a representatividade da nossa região de Cáceres. Eu mapeio as plantas tintórias e faço da flora um atrativo sem degradar, utilizando resíduos orgânicos. É a primeira vez que mostro meus produtos e estou muito feliz por ver o interesse das pessoas”, pontua a empreendedora.
A designer de pneus, Rosinete Arruda, expôs os produtos que faz desde que começou a usar a reciclagem de pneus de forma terapêutica para se curar de uma depressão. Elatransforma a borracha em arte com vasos e objetos decorativos. Animada com o programa, ela diz que observa o quão longe foi o seu desempenho em se comunicar, perdendo a vergonha e ganhando confiança e segue as atividades de olho no prêmio. “Estou preparada para ganhar o prêmio!”, completou.
O programa
O Inova Amazônia é um programa de desenvolvimento de ideias e empresas da bioeconomia. O foco é apoiar e gerar novos negócios inovadores e sustentáveis e fortalecer o ecossistema empresarial da Amazônia, por meio da inovação e da conexão entre empreendedores, mercado e investidores. O programa é subdividido no módulo ‘Inovação’, para quem busca definir o modelo de negócio, assim como validar seu produto ou serviço para então lançá-lo ao mercado e ‘Tração’ para fortalecer os negócios existentes, induzir o ganho de mercado.
Ao final do ciclo de aceleração as três melhores ideias de cada estado serão premiadas com um investimento de R$ 30 mil para o primeiro colocado, R$ 20 mil para o segundo e R$ 10 mil para o terceiro lugar.