Em pesquisa recente, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que 81% dos brasileiros adotam hábitos sustentáveis. No entanto, 62% consideram difícil encontrar produtos que conversem com essa necessidade nas prateleiras. Esses números indicam que ainda há espaço para empreender no universo das novas economias, aquelas que associam o desenvolvimento econômico a pilares de inclusão social, inovação e responsabilidade socioambiental.
A analista do Centro Sebrae de Sustentabilidade (CSS) Camila Andrade afirma que a demanda por soluções mais conscientes vem, tanto dos clientes, quanto do próprio mercado, e que incluir boas práticas de ESG no negócio é uma forma de inovar e criar modelos de negócio mais sustentáveis. “Não é só um termo ou uma temática, mas sim uma economia mais consciente, na qual as práticas mais responsáveis ecologicamente estejam inseridas dentro do seu processo”, afirma.
Segundo Camila, o empreendedor pode se inserir nessa nova economia a partir da criação de estratégias de sustentabilidade, especialmente as circulares. Um exemplo é a Origem Compostagem, um negócio que, conforme definido por sua sócia fundadora, Yasmin Rojas Fonseca, nasceu para “resolver um problema social e ambiental” através da coleta e compostagem de resíduos orgânicos.
A empreendedora afirma que trabalhar com essa consciência é um desafio, pois “a cultura de pôr tudo num saco preto e levar para fora” está muito arraigada nas pessoas. No entanto, Yasmin salienta que o “pôr pra fora” não existe, já que os resíduos acabam indo para algum lugar.
A Origem Compostagem, localizada em Cuiabá, realiza a coleta e compostagem de resíduos orgânicos de empresas, residências e eventos. “Nós transformamos o que seria lixo em adubo de alta qualidade”, explica, acrescentando que a missão da empresa é desviar do aterro sanitário a maior parte dos resíduos orgânicos produzidos no município, através da coleta porta a porta, dando uma destinação ambientalmente adequada.
Apesar de o tema estar cada vez mais em alta, a analista do CSS afirma que o maior desafio para nova economia ainda é o acesso à informação. Recentemente, o CSS lançou uma pesquisa sobre o engajamento dos pequenos negócios às práticas de economia circular. Os resultados do estudo sugerem que a maioria dos empresários ainda tem um entendimento limitado ou pouco conhecimento sobre o assunto. A partir de uma análise ampla, 83,49% afirmam desconhecer o tema ou possuir apenas uma compreensão superficial.
“Munidos de informações relevantes e importantes, os empreendedores podem aplicar ações de novas economias dentro do próprio negócio”, avalia Camila. Ela indica que os empreendedores interessados em se alinhar a essas boas práticas visitem o site Centro Sebrae de Sustentabilidade para entender a importância dessas temáticas e a integração de seus negócios a elas. Ela destaca que os conteúdos são gratuitos. Acesse aqui e saiba mais.