Agência Sebrae de Notícias

Centro Sebrae de Sustentabilidade rompe fronteiras

Em março de 2020, o Centro Sebrae de Sustentabilidade abria-se definitivamente para o mundo. Uma comitiva composta por nove técnicos e gestores moçambicanos desembarcava em Cuiabá para participar de um inédito programa de intercâmbio com o Brasil, construído a partir do know how adquirido pelo CSS na produção de conteúdo para os pequenos negócios. Por 30 dias, os integrantes do Instituto para Promoção de Pequenas e Médias Empresas de Moçambique (Ipeme) foram capacitados em temas como sustentabilidade, empreendedorismo e negócios rurais.

Gestores e analistas do Sebrae e do Centro Sebrae de Sustentabilidade dividiram-se no comando de oficinas, palestras e em visitas técnicas a empreendimentos com práticas sustentáveis. A experiência foi intensamente aproveitada pelos profissionais estrangeiros, que receberam as ferramentas técnicas necessárias para mudar a realidade na qual estavam inseridos.

“Ter ido ao Brasil para participar do curso de qualificação e conhecer o CSS foi e tem sido muito valioso para mim, para nós como técnicos e como braço extensivo para as pequenas empresas, porque nós podemos perceber como as boas práticas de sustentabilidade podem ser aplicadas em todos os nichos de empresas e como essas práticas de sustentabilidade, sendo aplicadas pelas médias e pequenas empresas, podem ajudá-las a desenvolver, a se tornar mais competitivas e úteis para a sociedade”, opina Yerussalema Samuel Chambal, técnica de Assistência às Pequenas e Médias Empresas em Moçambique.

Por se tratar de um país lusófono, a proximidade com o idioma ajudou no processo de integração com o Sebrae, mas há muito mais em comum entre os dois países, como o grande número de pequenos empreendimentos e os desafios de conscientização deste contingente para a sustentabilidade. Yerussalema destaca como grande aprendizado a comprovação de que as aplicações dos conceitos sustentáveis no nível socioambiental refletem-se diretamente na questão financeira – o que muitas vezes não é compreendido pelos empresários.

“A sustentabilidade me encantou. E é algo que procuramos incutir em nós mesmos como técnicos e procurar passar para as empresas. Se houver boas práticas de gestão ambiental, isto tem impacto na parte financeira e elas serão mais competitivas, poderão ganhar mais clientes”, acrescenta Yerussalema.

Lacuna preenchida

A presença de uma equipe estrangeira em Mato Grosso não foi um fato isolado. O Centro Sebrae de Sustentabilidade já havia identificado a baixa disponibilidade de conteúdos de sustentabilidade para pequenos negócios e decidiu preencher esta lacuna. A produção sistematizada dos conteúdos tornou-se conhecida e fez com que a instituição se firmasse como referência mundial no setor.

“Existem pouquíssimos conteúdos sistematizados como os que o CSS produziu com a temática de sustentabilidade para os pequenos negócios. Diante disso, muitas entidades internacionais já sinalizavam a intenção de fazer parcerias conosco. Em razão dessa trajetória já percorrida, temos lições aprendidas, por isso essa vocação da internacionalização do CSS já vinha sendo construída”, explica a gerente da instituição, Helen Camargo, que aponta o papel desempenhado pela escuta de especialistas, empresários e entidades parceiras neste processo de agir para além das fronteiras físicas do país.

Helen ressalta que a estruturação do Centro Sebrae como escola para pequenos negócios para o mundo é um caminho sem volta. “O processo foi ativado e agora estamos num movimento de articulação para novas turmas, convidando-os a cocriar conosco esse processo de aprendizagem e sermos a referência para formar profissionais que irão atuar com pequenos negócios”.

A mesma linha de vanguarda orienta a realização de eventos. O principal deles é o Congresso Internacional de Sustentabilidade para Pequenos Negócios (CICLOS), realizado pelo Centro Sebrae de Sustentabilidade em 2019. Além da Organização das Nações Unidas (ONU), o evento contou com a parceria de várias entidades, entre as quais a empresa Águas Cuiabá, pertencente ao Grupo Iguá, responsável pela gestão da água na capital de Mato Grosso.

O momento era oportuno, uma vez que, um ano antes, o grupo empresarial lançava a Estratégia SERR, com o intuito de inserir a agenda da sustentabilidade em cada uma das áreas de negócio e estruturar a organização para o modelo ESG (Ambiental, Social e Governança).

A aproximação e a parceria firmada com o CSS foram importantes nesse processo de construção, sensibilizando gestores e colaboradores na criação e solidificação de uma cultura de práticas sociais, ambientais e de governança sustentáveis. “Entendemos que a sustentabilidade não é apenas um compromisso empresarial, mas um fator inseparável do nosso negócio, que possibilita transformar a vida das pessoas”, destaca a diretoria da Iguá.