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Instituição cria conteúdos, forma consciência socioambiental e se firma como referência nacional e internacional em conteúdos sustentáveis

Uma caminhada vitoriosa não se constrói de forma aleatória. Inteligência, perseverança e coragem de inovar marcam a trajetória do Centro Sebrae de Sustentabilidade, que está completando 10 anos de atuação ciente de sua missão como agente transformador de mentalidades e atitudes. Ser referência está no DNA do CSS. Ousadia e protagonismo são suas marcas desde a origem.

De Cuiabá, disseminam-se para o Brasil práticas sustentáveis e de gestão arrojadas e eficazes, tendo o foco sempre na orientação mais precisa aos pequenos negócios, os responsáveis pela esmagadora maioria de empresas abertas no país. A instituição topou o desafio de assumir uma grande responsabilidade. O projeto tomou corpo e conduziu uma revolução que continua acontecendo dia após dia.

A criação do Centro de Sustentabilidade foi o desfecho de um longo processo de observação e quebra de obstáculos e paradigmas, idealizado e colocado em prática pelo diretor-superintendente José Guilherme Barbosa Ribeiro e sua equipe. A ideia de contar com um espaço que agrupasse os conceitos que aliam ganhos financeiros com responsabilidade ambiental e social que já ‘pulsavam’ nos países mais desenvolvidos foi sendo amadurecida ao longo do tempo na mente de José Guilherme, após observar exemplos concretos na Europa. No Brasil, falar sobre sustentabilidade na década de 1990 era novidade, ainda mais para empresas de pequeno porte. Mas foi ainda neste período que se semeou um futuro centro de referência em práticas sustentáveis, uma vez que crescia internacionalmente a ideia de que era necessário equilibrar os conceitos vigentes sobre negócios com qualidade de vida da sociedade. Três décadas atrás, José Guilherme recorda-se de testemunhar a preocupação dos europeus com a chamada ‘chuva ácida’ e os efeitos danosos causados na Floresta Negra, que se estende pelo sudoeste da Alemanha até a fronteira com a França.

Enquanto participava da Feira de Hannover, ele acompanhava a repercussão do problema ambiental, cuja origem estava atribuída à poluição do ar. Estava materializada ali uma questão transnacional, resultante de um modelo econômico pouco preocupado com os efeitos colaterais ao planeta. O superintendente do Sebrae ‘importou’ essa reflexão para Mato Grosso. Assim, a sustentabilidade surgia como prioridade e dava base às decisões que viriam mais adiante.

Estado que abriga três biomas e tem forte influência indígena, Mato Grosso tinha os requisitos perfeitos para conduzir um processo concreto de conscientização socioambiental, que se tornou real com a inauguração do prédio do CSS. A joia arquitetônica admirada dentro e fora do Brasil desencadeou uma série de criações e conceitos incorporados pela equipe do Sebrae Mato Grosso, que assumiu a missão de dar o exemplo e demonstrá-lo na prática.

A próxima matéria da série de reportagens sobre os 10 anos de atividades do CSS contará as minúcias do processo de construção do revolucionário prédio, as inspirações, a luta e os desafios que foram superados. Um projeto inédito decorrente da inquietação de José Guilherme.

“Me considero um ser muito espiritualizado e não desperdiço sinais. Estamos neste planeta de passagem e isto é um pensamento sustentável. Sempre pensei: será que não recebemos um prêmio por nascer? O que eu, nessa pouca existência, farei com esse presente? O que deixarei para aqueles que vierem depois de mim?”, revela, evocando os princípios que o motivaram a levar o sonho até o fim.

Formação e educação

Responsável direta pela concepção e solidificação do Centro Sebrae de Sustentabilidade, a engenheira Suenia Sousa vislumbrou desde a concepção o caráter educativo que a instituição teria. Mas logo percebeu que grande parte do planejamento a médio e longo prazos foi fortemente acelerado pelas demandas que já surgiam. Era urgente a formação de uma estrutura que atendesse a marca maior do Centro nesta primeira década: a produção de conteúdos certeiros sobre sustentabilidade para os pequenos negócios. A curiosidade gerada pela construção do prédio foi a mesma que motivou o Sebrae a apostar no papel de vanguardista para muito além de seus limites territoriais. Mas, como fazer isso se não existia sequer base teórica para tanto?

“Pesquisamos no mundo inteiro e não havia conteúdos que contemplassem a aprendizagem, fosse remota ou vivencial, de práticas ou modelagem de negócios sustentáveis para pequenos negócios”, lembra Suenia. Neste terreno absolutamente novo, o caminho foi produzir os conteúdos claros e simples que pudessem traduzir os diversos aspectos básicos, como reduzir custos de produtos e serviços a partir de práticas de ecoeficiência, cumprir a legislação ambiental e trabalhista voltada aos negócios, de forma a despertar a atenção do empresário para esta temática. A etapa seguinte era ainda mais necessária: a formação de pessoas capazes de compreender e multiplicar os ensinamentos em sustentabilidade. E, a partir daí o CSS colocou em prática a estratégia de educar e formar multiplicadores. Foram mais de 300 interlocutores, que atualmente espalham pelos quatro cantos do Brasil estratégias, conceitos e soluções em sustentabilidade. “Neste primeiro ciclo nos dedicamos a formatar rede, criar os conteúdos tanto para concepção quanto para disseminação e buscar temas de vanguarda para que o centro e referência não perdesse a relevância. Nosso propósito é sempre olhar para frente, para os cenários futuros”, completa.

Reconhecimento

Presidente nacional do Sebrae, Carlos Melles, exalta a produção descentralizada de conhecimento e a importância da instituição como agente modificador de realidades entre os empreendedores do país. “O CSS é um laboratório vivo de práticas sustentáveis que podem ser aplicadas nos pequenos negócios, disseminando conceitos e mostrando os benefícios do uso racional da água, da aplicação da eficiência energética e da gestão de resíduos, de tal forma que se reflitam positivamente no fluxo de caixa das empresas.

Ao mesmo tempo, a instituição planeja e cria soluções administrativas a partir de princípios socioambientais, sem perder de vista a responsabilidade com as atitudes que geram impacto no planeta e as novas tendências mercadológicas.

Produzir conhecimento de vanguarda e detalhá-lo a empreendedores, empresários, instituições, estudantes e sociedade em geral é uma marca igualmente muito forte do CSS. E o Sebrae tem muito orgulho deste trabalho, que é referência para o apoio aos pequenos negócios em todo país”.