A pandemia transformou o mercado da jardinagem, flores e viveiros. O isolamento social abriu espaço e tempo para a jardinagem em casa, mas a escassezes de eventos que demandam flores como casamentos e festas afetaram o seguimento, assim como a suspensão de contratos para jardinagem em casas e empresas. A Eco Life Garden, empresa de Sinop, há dez anos no mercado, foi uma das empresas que precisou focar em gestão para continuar crescendo.
“Em março quando veio a pandemia, tivemos que mudar de sede, pois encerrou o contrato. Alugamos assim um terreno muito bem localizado, em uma das avenidas mais movimentadas de Sinop, mas tivemos que construir do zero toda a estrutura tanto da loja como do viveiro. Um alto investimento, aliado a isso a suspensão de contratos de jardinagem por conta da crise e o alto estoque de produtos que tínhamos acabamos ficando no vermelho”, relembra a empreendedora, Enedi Garbin Kottwitz.
Apesar das dificuldades, a empresa tinha um grande potencial para sair da crise, para auxiliar nesse objetivo a Eco Life Garden participou do Programa Crescer & Prosperar, uma iniciativa do Sebrae em Mato Grosso em parceria com a Unicred.
“Acho que a mudança de mentalidade é um dos pontos principais tanto para mim quanto para meu esposo Odimar, a gente passou a ver e pensar na empresa como um todo. A consultoria mostrou para gente que tínhamos todos os recursos para voltar a crescer, e em quais pontos precisávamos focar, como a criação de metas de venda e a venda dos produtos parados no estoque. Além disso, contratamos uma contadora que passou a alimentar o sistema de controle financeiro, uma ferramenta que dá diversos parâmetros, que ajudam na tomada de decisão”, conta.
Outro ponto identificado como um dos vilões da crise foi a precificação dos produtos. Se ela não for feita pensando na competitividade, atratividade e lucratividade do negócio o empresário acaba ficando no prejuízo. “Vimos que muitos dos valores praticados eram abaixo do mercado, que a gente ia um pouco pelo achismo, e não levava em conta o custo físico, variável, impostos etc. Então foi mostrado para nós como calcular esses gastos para que a gente pudesse ter lucro com as vendas. O que ajudou bastante”.
Além do trabalho na parte financeira mais uma dificuldade encontrada foi estabelecer uma cultura organizacional atrelada aos objetivos comerciais de modo a difundi-la entre os colaboradores.
“Às vezes não falávamos a mesma linguagem que a equipe, então foi feito um mapeamento dos processos, criação de organograma, descrição de cargos com as responsabilidades, competências técnicas e comportamentais. Isso foi uma virada de chave para nós. Percebemos que levando em conta as particularidades do nosso negócio como, por exemplo, não termos um fluxo tão grande de clientes diário, fazia com que a gente não precisasse de alguém que só fosse apenas vendedor. O que ajudou e muita na comunicação com os funcionários, na delegação dos serviços e metas”, aponta.
Uma das ações tomadas na pandemia e que deu muito certo foi a produção própria de substrato de adubação natural para as plantas. “Tivemos um retorno muito bom e agora iniciaremos a produção em grande escala com foco na venda para viveiros, floriculturas e lavoura. A gente sempre procura agregar valor à empresa, diversificar, o que também é uma maneira de se diferenciar da concorrência”, argumenta.
Além do investimento em substratos a empreendedora conta que ela e o marido pegaram uma revenda de equipamentos para academia. “Nós não paramos quietos, já contratamos um vendedor que ajudará nessa parte comercial. Além de todas essas ações contamos ainda com serviço de manutenção de grandes loteamentos. Fazemos limpeza com trator, roçadeira. E se tudo correr bem queremos retomar em 2022 o projeto de franquia do nosso negócio. Crescemos muito durante todos esses anos, a pandemia atrapalhou, mas nada foi perdido e já retomamos nossos planos”, finaliza Enedi.
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