Como parte das comemorações dos 50 anos de história do Sebrae/MT (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Mato Grosso), a instituição lançou o Catálogo Oficial da Exposição “Lírica, Crítica e Solar”. A coletânea, que reúne mais de 200 obras de 50 artistas do estado foi apresentada no Museu Nacional da República, em Brasília, nesta quinta-feira (8 de maio).
No evento, o diretor Técnico do Sebrae Mato Grosso, André Schelini, entregou oficialmente em mãos os catálogos da exposição ao subsecretário de Patrimônio Cultural de Brasília, Felipe Ramón e para a diretora do Museu Nacional, Fran Fávero.
O curador da exposição, Divino Sobral explica que o lançamento do catálogo representa a eternização de todo o trabalho e valoriza a produção artística regional. “Isso significa fixar para a posteridade, fixar um documento de memória que poderá ser encontrado em bibliotecas públicas, fomentar pesquisas e alimentar aulas, entre outras. O catálogo cumpre uma importante função como registro histórico e material pedagógico permitindo que a exposição permaneça no imaginário das pessoas e seja trabalhada pelo circuito de arte e de educação”, completa.
Cerca de 53 mil pessoas passaram pelo espaço desde o início da exposição, em março último, e a expectativa de público deve atingir a marca de 60 mil, até o final da exposição, que segue aberta até 11 de maio.
A diretora do museu, ressalta que a mostra reforça a história de Mato Grosso e promove um intercâmbio cultural com turistas de outros estados e países. “É um privilégio celebrarmos essa exposição que traz uma proposta inédita não apenas com um olhar historiográfico, mas também com perspectiva poética e política. A mostra permite aos visitantes conhecer a percepção de mulheres, indígenas, artistas que são pioneiros e fundaram ateliês. Em outras palavras, são olhares diversos e singulares”, diz Fran Fávero.
Em concordância, o diretor Técnico do Sebrae/MT, André Schelini, destaca que a exposição “Lírica, Crítica e Solar” revela um lado pouco conhecido do estado como polo artístico. “Somos conhecidos pela grande produção agropecuária. Mas, além de sermos o ‘celeiro do mundo’, temos um grande potencial artístico. Por meio do fomento à literatura, música, cinema e outras atividades que integram a economia criativa, construímos pontes para que as pessoas materializem sonhos e sejam cada vez mais criativas, o que está alinhado ao propósito do Sebrae de estimular o empreendedorismo e desenvolvimento do estado”, comenta Schelini.
Sobre a exposição
Com curadoria de Divino Sobral e Laudenir Gonçalves, “Lírica, Crítica e Solar” foi concebida para oferecer uma nova perspectiva sobre a história de Mato Grosso por meio da arte. A mostra se dedica a mostrar riquezas culturais que fazem parte da Cadeia da Economia Criativa, com recorte especial para as artes visuais.
“Durante meses, fizemos um mapeamento com pesquisas intensas nos acervos, coleções particulares, arquivos públicos, ateliês para estruturar a exposição em sete núcleos que refletem um pouco da história e identidade do estado. Abrangemos comunidades indígenas, formação do povo de Mato Grosso, as relações da cidade de Cuiabá com a Cuiabania, heranças da cultura popular e religiosidade, até a divisão ocorrida em 1978”, detalha o curador Divino.
Entre os visitantes, estiveram grupos de alunos de escolas, universitários, historiadores, artistas e promotores da cultura, turismo, arte e conhecimento.
A professora Leisa Sasso, que é coordenadora Educativa do museu, ressalta que “esta exposição talvez seja a que mais trouxe reflexões e impactos nos visitantes. Estiveram aqui, milhares de crianças e abordamos a questão da ancestralidade indígena, da religiosidade, da sustentabilidade, a reflexão sobre o modelo de consumo, o respeito à cultura e o respeito a todas as formas de manifestações artísticas, religiosas e culturais”.
Uma das visitantes da exposição foi a artista visual independente, Helena Lopes que diz ter se emocionado ao encontrar paisagens de um novo Brasil ainda desconhecido pelos grandes centros. Na visão dela, a mostra é um convite para conhecer Mato Grosso.
“A relação das cores e planos nos leva para dentro de uma floresta repleta de animais, bem como relembrar e valorizar a cultura das festas populares, retratando forte ligação da família com suas comunidades locais, o que se perdeu ao longo do tempo. Outro ponto que me chamou a atenção é o imaginário de figuras sacras, que varia bastante entre os artistas”, falou Helena comovida.