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Evento exalta inteligência indígena na arquitetura

Arquitetos e acadêmicos se familiarizam com a história do prédio que é modelo de sustentabilidade
Por Assessoria de imprensa Sebrae/MT - Daniel Pettengill
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O Centro Sebrae de Sustentabilidade promoveu uma ‘volta às origens’ com uma programação especial para marcar o Dia dos Povos Indígenas, celebrado na última terça-feira (19).  O evento reuniu profissionais da arquitetura, da antropologia, acadêmicos e empresários no prédio projetado com tecnologia ancestral.

Idealizador da edificação premiada internacionalmente, o arquiteto e professor José Afonso Botura Portocarrero conduziu uma apresentação completa sobre as etapas da construção. Fez ainda uma visita guiada pelas áreas internas e externas, apontando os detalhes da obra e a aplicação dos conceitos de sustentabilidade, como a iluminação natural e as camadas superiores do telhado, que ajudam a refrigerar o ambiente.

“Este é o grande mérito do Sebrae Mato Grosso. Mais de 70 mil visitantes já vieram aqui nos mais de 10 anos de atuação da instituição. É um resultado que nos enche de orgulho e satisfação e é a contribuição que podemos dar enquanto professores e pesquisadores para os povos indígenas, de estudar as suas habitações e colocando este desenho em circulação”, afirma Portocarrero.

Organizador do evento, o analista do Centro Sebrae de Sustentabilidade, Elton Menezes Ribeiro, explica que, neste ano, a instituição optou por uma iniciativa diferente, voltada para um olhar técnico da construção do prédio. “Convidamos o professor Portocarrero para fazer uma retrospectiva técnica da edificação do CSS, relembrando os momentos mais marcantes. O prédio sempre traz inspirações práticas sobre a sustentabilidade e o papel do Sebrae é estimular isso e levar aos pequenos negócios”.

Ele lembra que é uma tradição do Centro Sebrae de Sustentabilidade promover eventos alusivos à data, justamente em função do DNA indígena em todos os detalhes arquitetônicos do prédio.

Participante do encontro, o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Mato Grosso, André Nör, exalta a escolha do projeto do CSS por uma referência ancestral, além de trazer elementos mais próximos da realidade local, adaptados às necessidades dos usuários do prédio.

“É preciso ter coragem de fazer uma arquitetura mais regional, com mais ousadia, sei que não é fácil, o arquiteto precisa enfrentar o mercado de trabalho, mas é necessário quebrar esse paradigma”, opina o arquiteto, que destaca, na sede do Centro Sebrae de Sustentabilidade, a combinação de antropologia, tecnologia, física, aplicadas na arquitetura, com a qualidade de vida.

Por falar neste mix de conceitos e teorias contempladas na prática, a antropóloga Maria Fátima Roberto Machado, doutora pelo Museu Nacional, participou da programação especial e ressaltou a importância de dar visibilidade à questão indígena neste momento. “É fundamental pensarmos no Brasil de hoje e na riqueza que os povos indígenas podem oferecer como alternativa de reflexão para termos mais esperança em relação à nossa nação. Nós precisamos cada vez mais abrigá-los dentro desse universo, homenagear o Brasil através da cultura indígena e o Sebrae faz isso de uma maneira maravilhosa, carinhosa e inteligente”.

O público acadêmico também se fez presente ao evento e levou de volta para o ambiente universitário ensinamentos palpáveis sobre sustentabilidade aliada à arquitetura indígena e a funcionalidade da edificação. Esta foi a sensação da coordenadora do curso de Arquitetura do  Centro Universitário de Várzea Grande (Univag), Carmelina Suquerê. Acompanhada de alunos do curso, a professora demonstrou a importância da visita ao prédio dentro do processo de aprendizagem.

“Foi muito rica a palestra, essa visita para os alunos, que abordou as tecnologias desenvolvidas no prédio e principalmente a valorização da arquitetura indígena na nossa cidade. As certificações nacionais e internacionais que o prédio conquistou foram consequências das boas tecnologias, das aplicações da arquitetura passiva. Toda vez que visitamos o CSS há ali novas tecnologias e conceitos de sustentabilidade sendo empregados”, resumiu.