Após quatro anos, o ‘Cerrado Fuzz Festival’ voltou a ser realizado em Rondonópolis e contou com shows de artistas regionais e nacionais no Casario Marechal Rondon, importante ponto turístico do município. O festival gratuito também foi palco da primeira ação de apoio à economia criativa do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Mato Grosso (Sebrae/MT) na região.
O gestor de Economia Criativa do Sebrae/MT, Felipo Abreu, explica que a área abrange mais de 50 setores e o Sebrae/MT fortalece e apoia produções no audiovisual, música, artesanato, artes cênicas e visuais. Segundo Felipo, o cenário da música movimenta bastante o mercado enquanto economia criativa no Brasil.
“Estamos falando de 350, 400 milhões de reais movimentados anualmente por produções musicais que são autorais, ou que estão em processo, ou que vem de uma vertente independente. E, muitas vezes, esse cenário independente não é visto como uma potência econômica e de geração de empregos. Os esforços do Sebrae/MT nesse universo da economia criativa são focados nesse auxílio, para que os artistas vejam o potencial econômico que esse setor tem de verdade”, afirma.
Além do apoio para a realização do evento, duas oficinas de produção musical e produção audiovisual foram desenvolvidas com o objetivo de apoiar artistas independentes do município. Os participantes puderam receber orientações sobre práticas audiovisuais, planejamento, produção, gerenciamento, uso de ferramentas, recursos técnicos, relação entre linguagem audiovisual e a música, além de conhecer diferentes formas de abordagens de composição, gravação, aspectos técnicos e discussões referentes à cadeia produtiva.
Para Felipo, ações como essas fortalecem o desenvolvimento econômico e cultural dos territórios. “É um festival que se dedica à música autoral, que se dedica a criar conexões entre os artistas, além de fortalecer a cadeia produtiva local. Então o Sebrae/MT olha muito para isso, para oferecer soluções empreendedoras a esses artistas, para que consigam potencializar as suas atividades. O apoio ao segmento da música, como uma área criativa, é fundamental”, ressalta.
O Cerrado Fuzz Festival foi realizado nos dias 13 e 14 de outubro e contou com atrações para todos os gostos. Foram mais de 12 horas de muita música com apresentações de artistas de rock, reggae, hip-hop, samba e lambadão. Fernando Rodrigues, produtor do festival, explica que o evento representa uma peça importante no cenário da música autoral de Mato Grosso.
“É um local onde abrimos espaço para que artistas regionais e nacionais se apresentem com uma boa estrutura para mostrar para o público que consumir música autoral tem muito valor. A gente cria conexões com artistas de outros locais e isso também é muito importante. Essa edição foi a maior de todas e agradecemos muito ao Sebrae/MT por essa parceria”, finaliza.
Desenvolvimento profissional
A analista da Agência de Rondonópolis do Sebrae/MT, Débora Mendes, relata que o apoio ao cenário cultural por meio do evento e das oficinas representa a preocupação que a instituição tem em apoiar os pequenos negócios em diversos segmentos.
“Foram cerca de 20 participantes nas oficinas e o resultado foi muito positivo. Nos aproximamos de empreendedores do ramo musical e mostramos a atuação do Sebrae/MT. Além da preocupação com esse segmento, propusemos e apresentamos algumas soluções. Sem contar que o festival também impactou milhares de pessoas no município”, afirma.
Nelson Martins Junior é baterista da banda ‘Solarisphere’ e foi um dos participantes das oficinas. Ele conta que a experiência foi bastante enriquecedora profissionalmente. “Todo o conteúdo das duas oficinas foi bastante válido. Foram muitas ideias trocadas, pontos de vista discutidos e isso veio para somar muito. Os músicos trouxeram conhecimento para nós e essa troca de figurinha foi muito importante”.
A cantora Marisa Matos relata que possuía muitas dúvidas como artista independente e que por isso decidiu participar das oficinas, além de conhecer mais sobre as ações oferecidas pelo Sebrae/MT.
“Ainda tenho muitos questionamentos quando se trata de técnicas e plano de carreira, mas aqui pude ter várias ideias sobre o que posso fazer na minha produção audiovisual e musical. Saber por onde devo começar, o que eu posso fazer sozinha, quais ferramentas posso usar, como conseguir mais recursos. Tudo isso foi esclarecido e eu saio daqui com uma bagagem que eu não tinha antes e eu sou muito grata por essa oportunidade que o Sebrae/MT proporcionou”, disse.