Após uma década ‘plantando’ conhecimento em cursos e capacitações, o Centro Sebrae de Sustentabilidade observa os frutos serem colhidos bem longe de seu ‘pomar’. Com interlocutores espalhados pelas unidades do Sebrae nas 27 Unidades da Federação, o Centro se consolidou como maior referência nacional em conteúdos de sustentabilidade.
E tudo começou com a ideia de oportunizar cursos de formação no tema aos colaboradores de Mato Grosso, com a abertura de algumas vagas para representantes de outros estados. Na época, a direção do CSS considerou a importância de contar com o trabalho de pessoas que entendessem e compreendessem todas as nuances do conceito, justamente porque já se vislumbrava este campo aberto para a inovação com conteúdo educativo. Desde então, 15 turmas completas já foram formadas.
“O curso de formação em sustentabilidade foi muito marcante. Após absorver o conteúdo aqui, os Sebraes estaduais iniciaram este protagonismo nos seus estados. Tudo o que é produzido pelo CSS acaba replicado pelos interlocutores, para que eles disseminem todo esse conhecimento dentro das unidades de origem e junto aos projetos voltados aos pequenos negócios”,
Explica o analista técnico do Centro Sebrae de Sustentabilidade Nager Amui, responsável pela articulação e interface com os ‘braços’ do CSS em todo o ecossistema da instituição no país. A equipe responsável por dar o suporte aos colaboradores e consultores é constantemente capacitada para atualizar seus conhecimentos e levá-los adiante.
Por sinal, a rede de interlocutores espalha-se pelo país, com uma ação coordenada e padronizada, a partir dos conceitos gestados no CSS. A absorção do conhecimento em sustentabilidade gerou um efeito cascata no Sebrae da Bahia, que decidiu criar um comitê próprio para lidar com essas práticas no dia a dia.
“A criação do Centro foi uma grande oportunidade para trazer para a nossa instituição uma referência na aplicação da sustentabilidade de forma transversal, atuando tanto internamente quanto na orientação às micro e pequenas empresas”,
Explica a analista Márcia Suede Motta, interlocutora do Sebrae na Bahia e coordenadora do comitê local. Já são 10 anos de atividades, voltadas a dinamizar processos e políticas internas de ecoeficiência, além de servir como um vetor de conhecimento aos pequenos negócios, buscando sensibilizar e levar soluções ao empreendedor. O comitê baiano segue o mesmo eixo básico do CSS, ou seja, trabalhar com racionalidade a utilização da energia elétrica, da água e dos resíduos.
Marcia minimiza a distância geográfica e procura estar muito próxima do processo de construção das ações que, mais tarde, irão servir de base para todos os Estados. Como interlocutora do CSS, a analista acumula uma extensa bagagem de cursos, convenções e capacitações, algumas feitas presencialmente em Cuiabá. Ela ainda desempenha a função de membro da governança corporativa do CSS para o Nordeste e, por extensão, ao Brasil todo. “Digo que sou privilegiada por participar dessa interlocução e atuar na discussão de metodologias e práticas idealizadas para superar os gargalos que surgem em cada região”, acrescenta.
Na região Norte, a interlocutora Rosa Satiko Nakamura, do Sebrae Acre, também absorveu os conhecimentos disponibilizados e transpôs os conceitos para a realidade local, muito identificada com as ações preservacionistas e sustentáveis relacionadas à Floresta Amazônica.
“O CSS constitui uma iniciativa visionária do Sebrae em discutir e propor a sustentabilidade dos pequenos negócios. Trabalha com um programa ambicioso de qualificação e articulação visando oferecer soluções para problemas comuns dos pequenos negócios. Como exemplo citamos a elaboração do ‘Programa Amazônia Sustentável – Transformando os pequenos negócios para transformar o mundo’, que se configura como um hub de sustentabilidade para o sistema Sebrae”.
Portfólio extenso
Além do curso responsável pelo pontapé inicial para formação de lideranças com foco em sustentabilidade, o CSS também oferece oficinas sobre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), presencial e em plataformas on-line. Há também as oficinas sobre as tendências de sustentabilidade e as palestras gerenciais – são ao todo seis títulos, que versam sobre água, eficiência energética e destinação de resíduos. Com a ação orientativa concretizada, o CSS tem apostado também no fortalecimento de seu papel como articulador entre as diferentes realidades enfrentadas pelas equipes técnicas do Sebrae pelo país.
“Se por exemplo, o Sebrae do Rio Grande do Norte precisa de um palestrante sobre a questão da água e não há consultores disponíveis na data, posso convidar um especialista de Santa Catarina para atender ao chamado”, exemplifica Nager, a quem cabe a função de dinamizar as demandas e direcioná-las de forma precisa.
Isto mostra que as unidades estaduais e regionais se beneficiam da troca de experiências e do intercâmbio de ideias dentro da rede. Pelas características geográficas de cada local, é variável o nível de conhecimento em determinadas áreas. O Sebrae do Rio de Janeiro, por exemplo, já acumula know-how em energias renováveis, ao passo que a unidade do Mato Grosso do Sul tem ‘autoridade’ em conteúdos sobre o turismo. Compartilhar e fazer a troca de informações é uma das tarefas mais importantes do CSS.